Upcoming exhibition at Interpress, Hub Criativo de Bairro Alto
2022 / Olá – 8th and 9th of April, Open Studio on the 3td floor of Art Transboavista Building.
Hello!
Together in the studio for 2 months.
A dialogue between works, that have been archived.
Some are finished, others are new.
Some were exhibited, others not.
To open the studio to the public, poping up, in a moment that there are other exhibitions being presented at Plataforma Revólver.
Collaborate.
Marta e Patrícia
2021 / Terra e Vento (um equilíbrio) – 7th to 30th of April – Galeria Sá da Costa, Lisbon

A artista Marta Sampaio Soares (Lisboa, 1968) apresenta na exposição Terra e vento (um equilíbrio), na Galeria Sá da Costa, um conjunto de desenhos realizados nos anos de formação, entre 2010 e 2011, em vários formatos e recorrendo a diversas técnicas.
O desenho será porventura a expressão artística e plástica mais próxima da escrita e mais diretamente ligada a um pensamento intelectual, mas também ao campo do sensível. Nesta sucinta definição pode-se inserir o trabalho de desenho que a artista desenvolveu durante a sua formação no Ar.Co – Centro de Arte e Comunicação Visual, em Almada e que deu seguimento no Chelsea College of Arts, em Londres. Através da experimentação de pequenas alterações e subtilezas, a artista vai criando um alfabeto gráfico que estabelece uma linguagem própria e ensimesmada. Os elementos fundamentais do desenho, como a linha, a textura, a cor, a sombra, são revelados por decisões que tanto reforçam um pensamento teórico sobre a experiência, como também, e especialmente, sobre as sensações do mundo vivido e dos sentimentos por ele nutrido. Os traços obsessivos, as texturas prazerosas, as manchas subtis, as cores inebriantes, os ritmos precisos e as formas simples, no seu conjunto, compõem desenhos que tendem a edificar um difícil equilíbrio entre dois mundos instáveis. Por um lado, a terra sempre volátil e composta por diversos elementos não controláveis, por outro lado, o vento como algo etéreo que não se deixa alcançar, nem tão pouco representar. É nesta ténue fronteira que os desenhos da artista parecem querer construir uma identidade própria que, através da mão que percorre os dois mundos, vai desvendado um inconsciente sempre presente e desvelando uma consciência latente.
O gesto de trazer a público estes desenhos, realizados há mais de 10 anos, revela uma nova possibilidade e um novo olhar. Ao resgatar a memória da sua execução, a artista expõe a sua própria identidade, através das suas potencialidades e das suas fragilidades. Sem juízo de valor, e sem hierarquia, ambas as características fazem jus a uma expressão em constante mutação. É sempre ao sabor da incerteza e da dúvida que é possível construir algo de novo e imprevisível.
Hugo Dinis
2020 / Arte em Quarentena – Umbigo Magazine
2019 / Deixar cair a pedra no lago, a tinta no chão – On the 5th and 19th of June I will perform at MUHNAC
O gesto, o silêncio, o gesto, a tinta, o gesto, a gota
Na arte performativa o referendo é muito contundente, é uma a arte apropriacionista, o artista apodera-se do outro para a construção do seu trabalho artístico. A artista plástica Marta Sampaio Soares explora este conceito a partir do silêncio e da repetição do gesto. Citando a artista ”Na performance, o silêncio acontece com o gesto de embeber e deixar escorrer as gotas de tinta, mais rápidas ou lentas, grossas ou finas, até caírem na lata de tinta ou papel.”
A instalação Deixar cair a pedra no lago, a tinta no chão localizada no corredor da geologia é a memória do gesto da artista, gestos criados para perdurarem no tempo, consciencializados e fixados nos vestígios deixados. É a percepção da abstracção, como compreensão do ponto de vista mais conceptual da linguagem. Existe uma convicção forte daquilo que são as marcas, da própria materialidade, dos próprios gestos e do próprio corpo, antes de serem performativas.
Este projecto artístico vem na sequência do trabalho anterior da artista onde a questão do automatismo formal e a valorização do tempo se conjugam numa linguagem por vezes materializada em pinturas, esculturas ou desenhos ou como é o caso da presente exposição num acto performativo. A efemeridade que se impõe no acto é transportada e fixada como exposição.
“Definir a eternidade como uma quantidade maior que o tempo e maior mesmo do que o tempo que a mente humana pode suportar em ideia também não permitiria, ainda assim, alcançar sua duração. Sua qualidade era exactamente não ter quantidade, não ser mensurável e divisível porque tudo o que se podia medir e dividir tinha um princípio e um fim. Eternidade não era a quantidade infinitamente grande que se desgastava, mas eternidade era a sucessão.” (Clarice Lispector, in Perto do Coração Selvagem)
Nesta performance e posteriormente na instalação, é a sucessão de gestos que a enaltece e que lhe dá consistência. Herdeira dos movimentos happening e fluxos dos 50, 60 nos vários domínios culturais, extensiva à vida quotidiana com o objectivo de promover uma transformação social profunda. Onde a arte está ligada à vida e o objecto artístico não é um bem comercial.
Ao estarmos num museu de ciência faz mais sentido a realização desta instalação, enquanto acto experimental, continuando a citar a artista ”O silêncio que ocorre durante o processo, numa repetição por vezes extenuante, tal como a de Marie Curie, instaura um sentido num território liberto do que é excessivo. Um lugar que resiste ao excesso do quotidiano. Um espaço de abandono, de despojamento, de espera de quem quer conhecer uma verdade material ou estética. O gesto performativo simples é repetido e como no processo científico, o acidental e o impreciso dão sentido ao desconforto de horas de observação ou manuseamento, aqui na performance de desconforto físico, compondo nuances, aceitando desvios, desafiando a perícia.”
Deixar cair a pedra no lago, a tinta no chão é como uma longa caminhada, onde o sacrifício se impõe com a sucessão de gestos levados à exaustão, é como caminhar sem caminhar, pelo espaço, pelo ambiente, pelo museu, nos seus corredores e criar marcas, mesmo que estas se apaguem com o tempo.
Sofia Marçal
2019 / p a r e d e – m e i a at our studio for FEA Lisbon Lisbon – 14th to 18th of May
Duas artistas em permanência,
duas salas de trabalho, contíguas, iguais no desenho e área.
Durante o período que medeia a integração do projecto no festival e a abertura ao público, as duas artistas terão, como proposta de relação, a parede que divide os seus dois espaços de trabalho.
Essa parede será, por isso, um lugar de reflexão, um plano, físico e metafórico, a partir do qual o seu corpo de fazedoras se posicionará em exercício de escuta quer da face da parede sua, quer da face outra, rodado o corpo de cada uma, em afastamento ou mergulho, nessa espécie de grande espelho opaco.
Propõem-se, portanto, uma consciência íntima (individual, eventualmente, a duas ) da parede, como plano que separa e une.
Colocada no exterior dos dois ateliers, no lugar da extremidade, a terceira artista (a convidada) recebe, a meio do seu corpo alinhado, a espessura comum aos dois lados da parede – meia.
Armanda Duarte
29 de Março de 2019
2018 / Performance “Dripping” – dias 8, 10 e 11 de Fevereiro
“Dripping” uma performance de Marta Sampaio Soares
Quinta-feira 8 de Fevereiro a partir das 21h, Sábado 10 de Fevereiro a partir das 18h, Domingo 11 de Fevereiro a partir das 17h
Duração aproximada da performance: 1h, entrada livre
Na galeria A Montanha, Rua Lucinda Simões 2 (perto do Mercado de Arroios) | Metro: Alameda, Arroios
A performance “Dripping” de Marta Sampaio Soares nasce do gesto que se repete na criação de uma obra de arte ou de um elemento artístico, como pode acontecer num atelier
O corpo que repete o gesto até à exaustão dá corpo a uma outra forma, constrói um outro corpo, cada um espelhando o outro, reflectindo o gesto e a intenção, a obra de arte estando tanto no objeto que se constrói, camada após camada, como no gesto.
O gesto e o objeto tornam-se também desenhos no espaço, demarcados, além disto, pelas cores.
Em todos estes elementos e no processo há o factor do acidente e do imprevisto, que com esta performance é trazido do atelier para a galeria. E se bem que com o gesto repetitivo forma-se matéria e técnica, o que está igualmente presente na performance, na repetição do gesto e na obra de arte, é um estado emocional.
Eva Oddo
2017 / Repetição / Repetition, Sá da Costa Bookstore – Gallery, Lisbon
“A arte não pode ser desligada dos gestos que a produzem”
Os desenhos e as esculturas nesta exposição são o resultado de gestos performativos repetidos até à exaustão do corpo; é nesse ponto que o gesto encontra um ambiente de abandono produtivo – a repetição, ela própria, que se torna método e estilo.
A resiliência física adquire-se ao longo deste processo.
O acidental e o impreciso dão sentido ao desconforto, compondo nuances, aceitando desvios, desafiando a perícia. Creio por isso, que riscar, embeber, deixar escorrer, sobrepor, gestos realizados horas a fio, disfarçam uma procura permanente do depois, uma ansiedade perante o todo diverso, o imperativo de afastar comportamentos e regulamentos.
No meu caso, creio que a máquina não conduz este processo tão bem como o corpo que se transforma em máquina.
Marta
2016 / Virgula / Comma, Geological Museum, Lisbon
, é a pontuação da cor que marca o ritmo da expressão plástica destes dois autores. Uma conversa entre os trabalhos abstractos dos dois artistas, que jogam cromaticamente no espaço.
Guilherme e Marta têm o mesmo ponto de partida – a cor e a luz num encontro de rugosidades reverberantes. Tendo estudado juntos e partilhado atelier, apesar da diferença geracional, afirmaram sempre esta característica nos seus trabalhos.
Duas perspectivas de pausas e inflexões, do enfatizar e separar. Um ritmo e uma plasticidade que articulam intuitivamente cor e material, sugerindo um lugar de calma e equanimidade.
Marta e Guilherme
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